
No último domingo, 6 de outubro, as eleições municipais em Belo Horizonte resultaram na eleição de Pedro Rousseff, sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), como um dos mais votados para a Câmara Municipal. Com 17.595 votos, o jovem de 24 anos se destacou como o candidato mais votado do PT e ficou em sexto lugar no total geral, representando 1,46% dos votos válidos. Pedro, que é administrador e nasceu na capital mineira, é neto de Igor Rousseff, irmão da ex-presidente. Em suas redes sociais, Pedro expressou sua admiração por Dilma, referindo-se a ela como sua “maior conselheira”.
As eleições em Belo Horizonte não se restringiram apenas à escolha de vereadores. Também foram selecionados os candidatos que disputarão o segundo turno para a Prefeitura da capital. Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) foram os mais votados, com 34,38% e 26,54% dos votos válidos, respectivamente. O segundo turno ocorrerá no dia 27 de outubro, quando ambos buscarão conquistar a preferência dos eleitores em um cenário marcado por uma significativa participação popular.
Com 90,28% dos eleitores comparecendo às urnas, mais de 1,4 milhão de votos foram registrados em Belo Horizonte. Além dos votos válidos, 70.263 eleitores anularam seus votos e 66.228 optaram por votar em branco. Durante essa eleição, também foram escolhidos os 41 vereadores que comporão a Câmara Municipal entre 2025 e 2028. O PL destacou-se como o partido que obteve o maior número de votos no Legislativo, com um total de 157.228 votos.
Como funciona a eleição para vereadores
A eleição para vereadores em Belo Horizonte segue o sistema proporcional, semelhante ao utilizado para a escolha de deputados. Nesse modelo, o número de cadeiras que cada partido conquista depende do desempenho geral, sendo necessário atingir um quociente eleitoral, que, neste caso, foi de 29.418 votos. Assim, mesmo que um candidato tenha recebido muitos votos, ele pode não ser eleito se seu partido não atingir a quantidade mínima de votos necessária.
O quociente eleitoral é calculado pela divisão do total de votos válidos pelo número de cadeiras disponíveis. Para esta eleição, foram contabilizados 1.206.163 votos válidos, e a Câmara Municipal possui 41 cadeiras. A partir do quociente partidário, que é a divisão dos votos recebidos pelo partido pelo quociente eleitoral, é determinado quantas cadeiras cada partido terá e quais candidatos ocuparão essas vagas, conforme os votos que cada um recebeu.
Resultados e novos vereadores
Os resultados da eleição mostraram a diversidade política na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Pablo Almeida (PL) foi o vereador mais votado, com 39.960 votos, seguido por Professora Marli (PP) com 23.773 votos, e Iza Lourença (PSOL), que obteve 21.485 votos. O número de reeleições foi significativo, com 23 dos 41 vereadores sendo reeleitos, refletindo uma continuidade na representação política.
Iza Lourença, ao celebrar seu sucesso nas urnas, destacou a importância da ampliação da bancada de esquerda na Câmara e reforçou seu compromisso de atuar de forma independente em relação à Prefeitura. O debate político se intensificou com a aproximação do segundo turno das eleições para a Prefeitura, onde os candidatos se posicionam em lados opostos. Enquanto Pablo Almeida expressou apoio a Bruno Engler, Iza Lourença manifestou sua oposição ao candidato, enfatizando a necessidade de derrotar o "negacionista" que, segundo ela, não deve governar a cidade.
Desafios e perspectivas
A eleição de Pedro Rousseff e a nova composição da Câmara Municipal de Belo Horizonte trazem à tona não apenas a continuidade de algumas figuras políticas, mas também a entrada de novos representantes, que trazem consigo a expectativa de mudanças. Ao mesmo tempo, a polarização política entre os candidatos à Prefeitura pode influenciar a dinâmica na Câmara, com possíveis alianças e confrontos nas discussões legislativas.
A participação ativa de quase 90% dos eleitores nas eleições é um indicativo do engajamento da população nas questões locais. Entretanto, a quantidade de votos anulados e em branco também sinaliza uma insatisfação que poderá ser explorada por novos políticos e partidos nas próximas eleições.
Para Pedro Rousseff, a ascensão ao cargo de vereador representa uma oportunidade de influenciar diretamente as políticas públicas da cidade. Com o apoio de sua família e sua experiência em administração, ele se prepara para enfrentar os desafios que vêm com a nova posição, buscando honrar o legado de sua tia, Dilma Rousseff. A expectativa é que sua atuação contribua para uma maior representação e voz para os jovens na política local.
Com um cenário político em constante transformação, tanto a Câmara Municipal quanto a Prefeitura de Belo Horizonte enfrentarão desafios significativos nos próximos anos. As próximas semanas, com o segundo turno das eleições, prometem ser decisivas para o futuro político da capital mineira, refletindo as preocupações e aspirações de sua população.