
Coringa: Delírio a Dois tem enfrentado uma recepção bastante negativa tanto nas bilheteiras quanto entre críticos e público, revelando um contraste gritante com o sucesso estrondoso do primeiro filme, lançado em 2019. A sequência, que apresenta Joaquin Phoenix e Lady Gaga nos papéis principais, arrecadou apenas US$ 40 milhões em sua estreia nos cinemas da América do Norte, um valor que representa menos da metade do que o primeiro longa conseguiu em seu final de semana de lançamento, que foi US$ 96,2 milhões.
De acordo com Jeff Goldstein, presidente de distribuição doméstica da Warner Bros., a performance do novo filme não atendeu às expectativas do estúdio. Ele mencionou que "o filme não conquistou o público da maneira que queríamos", enfatizando que a abordagem de Todd Phillips, diretor e co-roteirista, mergulhou em temas complexos como a doença mental, o que pode ter dificultado a conexão do público, especialmente do público masculino, com a nova narrativa que envolve a personagem de Gaga.
O orçamento para Coringa: Delírio a Dois foi significativamente maior, totalizando US$ 190 milhões, o que significa que o filme precisa arrecadar pelo menos US$ 500 milhões para ser considerado um sucesso financeiro. Essa expectativa torna a situação ainda mais crítica, visto que o filme arrecadou apenas US$ 121,1 milhões globalmente até o momento, uma quantia inferior ao que muitos esperavam.
Além das preocupações financeiras, as críticas direcionadas ao filme têm sido severas. Com uma aprovação de apenas 33% no Rotten Tomatoes e uma nota D no CinemaScore, a produção se tornou alvo de descontentamento tanto da crítica quanto do público. Essa nota representa a pior avaliação já registrada para um filme de quadrinhos, superando até mesmo filmes que também foram mal recebidos, como o reboot de Quarteto Fantástico de 2015.
A abordagem musical de Coringa: Delírio a Dois foi uma das principais razões de crítica. Ao contrário do primeiro filme, que foi elogiado por sua narrativa sombria e profunda, a sequência foi considerada por muitos como um "musical monótono". Todd Phillips já havia defendido essa escolha artística em entrevistas, afirmando que estava ciente de que a sequência não atenderia às expectativas tradicionais dos fãs de filmes de super-heróis.
A repercussão do filme nas redes sociais e na crítica especializada tem sido tão negativa que muitos fãs do Coringa original se sentiram "traídos", como se a nova abordagem tivesse desviado-se do que tornava o primeiro filme tão especial. Joaquin Phoenix, que já havia vencido o Oscar de Melhor Ator por seu desempenho no primeiro filme, fez uma analogia interessante entre a recepção do novo longa e a trajetória da banda Kiss. Ele explicou que, assim como a banda, que se distanciou de suas raízes e alterou sua imagem ao longo dos anos, o novo Coringa pode ter gerado uma sensação de traição entre seus fãs.
Em termos de desempenho internacional, o filme viu um leve aumento, arrecadando US$ 81,1 milhões fora dos Estados Unidos, mas mesmo assim, essa quantia não foi suficiente para compensar a fraca bilheteira da América do Norte. Espera-se que países como Japão e China, onde o filme ainda será lançado, possam oferecer um alívio nas bilheteiras, mas a resistência inicial pode dificultar essa recuperação.
Warner Bros. parece estar ciente dos desafios enfrentados por Coringa: Delírio a Dois. Embora o estúdio tenha expressado descontentamento com o desempenho do filme, há um reconhecimento de que Todd Phillips teve liberdade criativa para desenvolver a sequência da forma que desejava. A expectativa é que, independentemente do desempenho nas bilheteiras, o diretor possa explorar novas narrativas e abordagens em seus futuros trabalhos.
Enquanto isso, outros filmes estão se destacando nas bilheteiras, como a animação Robô Selvagem e Os Fantasmas Ainda se Divertem - Beetlejuice Beetlejuice, ambos mostrando que, apesar do fracasso relativo de Coringa: Delírio a Dois, há espaço para diversas narrativas e estilos no mercado cinematográfico atual.
Com essa combinação de fatores, Coringa: Delírio a Dois se destaca como um caso de estudo sobre as expectativas em relação a sequências de filmes de sucesso, as complexidades da recepção do público e a linha tênue entre inovação criativa e a necessidade de atender às expectativas dos fãs. O futuro do filme nas bilheteiras e na crítica permanece incerto, mas certamente será um tema de discussão entre os entusiastas da sétima arte.