
O Rio Grande do Sul está passando por uma onda de temporais severos que impactam diversas regiões do estado. Com a previsão de chuvas volumosas e granizo, a situação se agravou, resultando em mais de 800 pessoas fora de suas casas, segundo informações da Defesa Civil. Esta quinta-feira (26) é marcada por alertas de perigo de tempestade em quase todo o território gaúcho, com a expectativa de acúmulos de chuva que podem variar entre 60 mm a 80 mm em Porto Alegre, podendo ser ainda mais intensos em outras localidades.
A meteorologia, representada pela MetSul, informou que as chuvas se intensificaram entre a quarta e a quinta-feira, afetando principalmente a metade sul do estado. Regiões como Pelotas, Campanha e a Grande Porto Alegre foram as mais impactadas, com relatos de vendavais, granizo de grandes proporções e alagamentos. Em Camaquã, por exemplo, o município registrou um acúmulo de 187 mm em um único dia, um número superior à média mensal, que é de 165 mm. Já São Lourenço do Sul também enfrentou chuvas intensas, acumulando 182 mm, em comparação à média esperada de 145 mm para setembro.
Além dos registros de chuvas intensas, moradores têm relatado quedas de árvores, destelhamentos de casas e cortes de energia elétrica. A cidade de Porto Alegre se destaca no cenário preocupante, especialmente em áreas como o Quarto Distrito, que ainda se recupera de uma enchente anterior. O excesso de água nos esgotos contribui para o aumento do risco de alagamentos em pontos já vulneráveis, como no Centro Histórico e na região do Eixo da Sertório.
Condições Meteorológicas e Impactos Locais
A situação meteorológica é influenciada por uma frente fria e um centro de baixa pressão que atuam na região, criando um ambiente propício para a formação de nuvens extremamente carregadas. Isso resulta em fortes rajadas de vento, possivelmente superiores a 70 km/h, e descargas elétricas significativas. A previsão é de que as chuvas persistam até a sexta-feira (27), com um alívio esperado apenas no fim de semana, quando as temperaturas devem subir e o sol deve retornar.
As autoridades estão atentas ao cenário, com a Defesa Civil destacando que, até a noite de quarta-feira, 560 pessoas estavam desalojadas e 299 desabrigadas. Em Bagé, o impacto foi tão severo que uma casa desabou, levando à evacuação de imóveis vizinhos devido ao risco de desmoronamento. Imagens e vídeos circulando nas redes sociais mostram pedras de granizo que alcançaram até sete centímetros de diâmetro, causando danos significativos nas áreas afetadas.
Em Porto Alegre, a preocupação com os alagamentos é crescente, especialmente para os moradores de áreas que já enfrentaram problemas semelhantes no passado. O nível do Guaíba, apesar de subir, não deverá transbordar, conforme as medições realizadas, que indicam que a cota se mantém abaixo dos três metros, limite para transbordamentos.
Uma Comunidade em Alerta
Com o cenário ainda instável, a população é aconselhada a permanecer atenta aos alertas meteorológicos e a não se expor a situações de risco, como a permanência em áreas alagadas ou sob árvores que possam cair. A MetSul e outras organizações meteorológicas estão se comunicando ativamente com a população por meio de plataformas digitais, como WhatsApp, para divulgar informações em tempo real sobre as condições climáticas.
A Defesa Civil, além de monitorar a situação, está organizando abrigos para acomodar aqueles que perderam suas casas devido aos temporais. A solidariedade entre os cidadãos tem sido fundamental nesse momento crítico, com iniciativas para ajudar os desabrigados e oferecer apoio às comunidades mais afetadas.
Embora a previsão de um tempo mais estável para o final da semana traga esperança de recuperação, a lembrança dos danos causados pelos temporais ainda pesa sobre a população. O estado deve continuar a enfrentar desafios relacionados aos efeitos das chuvas intensas e suas consequências, enquanto a resiliência comunitária é testada mais uma vez.